Oceano da solidão!
(todos os ventos, serei...)
(todos os ventos, serei...)
Eu posso ser todos os ventos que eu quiser;
Ser aquele que vem devagar, com a noite;
Uma noite de outono, aí eu sou brisa ligeira;
Vir com o frio de todo um dia e de qualquer feira,
Ou num final de semana qualquer e cinzento!
Num inverno rigoroso e trazer temporal nas estradas;
Revirar os sete mares, vir pra ser tempestade furiosa;
Me revirar em vendaval, de castigante medo e barulhento;
Congelar por completo o campo, em nevascas e geadas!
Poderei porque não, despontar com a primavera colorida;
Me amainar com o balançar das árvores e flores;
Fazer bailar aves, pássaros e passarinhos-beija-flores;
Todas as borboletas, bezouros e enxames de abelhas;
Todo ser alado, até um papel perdido, solto no ar;
Que foi atirado e nem sabe ao certo, aonde vai ter que cair;
Chamar em brumas, todos pro grande bailado da vida!
Até ser, vejam só, uma ventania indócil e raivosa de verão;
Que atropela todas as ondas do mar, em repuxo e redemoinho;
Fazer descambar chuva forte em torrentes grossas e pesadas;
Para serem represadas uma a uma, todas as espessas gotas;
Resvalando e esgueirando-se, por vielas e valetas;
E assim abastecer, transbordar e desaguarem...
Ao longo do gigante, oceano da solidão!
Interação honrosa de uma das pessoas mais incríveis e inteligentes que conheci, conheço e muito bem.
Maria a brisa que se fez Ventania, do bem ao próximo e aos distantes...
- Maria Ventania
Na solidão sopram meus ventos,
com eles vago errante
Tentando cumprir Mandamentos...
A vida pede cuidado,
combate e entendimento,
sorrir, chorar e criar:
A Terra é só um momento.