Até que um dia, pó, possa alçar meu voo na superfície de um amanhã

Minha mente, mente

O meu calo fica dormente

Aflora minha dor de dente

E, comumente, meu peito sente que sente

É como que uma estaca, fincasse

É como que uma saudade apertasse

E como se um vazio crescesse

Como que, caísse eu, num grandioso buraco sem fundo

E quase, que acaba meu mundo

Arrepio: a alma

Arredio: a calma

E arredo: mas não nego

Caio em mim. Sou assim: meio barro, meio tijolo

Feita de matéria prima

Matéria fina. Matéria filha. Matéria mulher.... Sabe como é: matéria para o que der e vier

Até que um dia, pó, possa alçar meu voo na superfície de um amanhã