Carta cor-de-rosa
Sabe, hoje eu estive pensando naquele momento que encontrei o seu ritmo.
Se você lembra bem, foi um momento de uma realização de imparcialidade com o tédio; o teu peito me beijava, o teu tédio me cobria e a música que tu punha me embriagava.
Tá bem, talvez em vários momentos daquela adega de sentidos eu não fui o teu poeta, eu não fui o teu descanso... mas meu bem, eu fui o teu travesseiro, o teu assoalho, tua brisa de calor e suor, tua raiva em unha e em movimento, teu prazer.
Mas tudo bem, eu não vou argumentar. Eu me dei a ti, me pus nas tuas entrelinhas, rabisquei teu corpo como rasbicaram a lua em 69.
Parte a isso, minha flor, eu não jorrei água sob tuas pétalas, sob teu corpo rosa, tuas partes brancas, teu lábio inferior pequeno e ralo: mentiroso.
Por que você caiu?
Por que você morreu?
Por que você não vem?
É duro... mas mesmo em espelho, gosto do gosto de álcool e assim, gata, lembro de ti.