"Para uma Bar woman"
_E numa mesa na penumbra ao fundo da Boite, propositalmente escolhida, final de noite, ela se aproxima, semblante de cansaço, sorriso tímido nos lábios...
Os seus cabelos negros, lisos, já soltos na altura da delgada cintura, sem o avental, e com os fartos e lindos seios, saltando ao estravagante decote...
Rosto angelical, de uma beleza delicada, de chamar a atenção dos mais exigentes cavalheiros, galanteadores e amantes da noite...
Seu corpo parecia flutuar a cada passo em minha direção, nas mãos a comanda da minha mesa...
Ela sorriu mais uma vez, me estendendo a mão meiga com longas e belas unhas pintadas em vermeho sangue...
Verifiquei a relação e valor, pagando em dinheiro, deixei uma gorgeta, e na cédula ecrevi meu telefone, de forma que ela pode ver o que fazia...
E durante estes poucos minutos, não resisti, e disse o que há vários dias não tive oportunidade, e que me sufocava, num desejo voraz de conhecê-la de fato, como mulher...
Eu a queria..!
Desculpe, mas...
Qual é seu nome...?
Não pode dizer...?
Se resolver ligar...
A quem devo chamar...?
Ligar pra que...?
Pra te falar de mim...
De que sempre venho aqui...
Sem nada pra fazer...
Apenas para um drink...
Desculpa pra te ver...
Que sinto falta deste lugar...
Que se você desaparecer...
Não sei seu nome...
Como vou te encontrar...?
Seja seu nome qual for...
Se não pode falar...
Te chamo, amor...?
Se afastou sem nada dizer...
Mas, notei algo, um furor,
fugaz e doce naquele olhar...
Não me enganei...
Voltei no dia seguinte, e na mesma mesa, esperei, mas outra moça me atendeu...
Ela se manteve distante, e resistente ao meu olhar insistente...
Então não voltei mais àquele lugar, embora louco por aquela mulher, e em meus pensamentos e em meus sonhos, ela se despia, me deixando louco...
Mas não me enganei, ela era magnífica, e fazia amor como nenhuma outra mulher, de tantas que tive...
Ainda saímos com certa frequência, mas ela é quem liga, quando quer ser amada e sentir saciada...
Bene - 26/01/2017