Palco para universos de nós mesmos
As horas ficam observando os segundos se balançarem no pêndulo do relógio. Sem tréguas, se entregam aos ponteiros velhos do tempo. A noite escorre em tobogãs de escuro até cair nos pés claros das manhãs.
A vida é palco para universos de nós mesmos. Às vezes encenamos pretensões e aplaudimos antes dos espetáculos reais. É que nos munimos da singeleza ou arrogância que habita em nós. Mas o sucesso e o fracasso sempre assistem juntos na mesma plateia. A simplicidade das coisas e pessoas abre caminhos para a felicidade, mas a mediocridade de se sentir superior, pode nos tirar o chão.
As manhãs brincam nas faces das casas, abrindo suas janelas para o dia entrar. Saltitam em brisas pelas ruas e pelos varais acenam roupas íntimas.
A vida é essa calorosa recepção todos os dias, num ciclo interminável, onde viver é saber entender, das fragilidades, forças e necessidades de cada ser. Que uno são os múltiplos existentes, nessa mesma apresentação da peça em cartaz: a vida e o viver de cada um em comunhão, como deveriam ser sempre.
E continuam as horas se deliciando e excitando as engrenagens do tempo, erguendo os ponteiros para seus deleites, em fazer dias e noites nessas junções intermináveis, para contabilizarem milênios, com infindáveis histórias e odisseias.