Você foi o único homem que amei. A quem desejei tudo do melhor, a eternidade, os paraísos terrestres e os imaginários. O pote de ouro no fim do arco-íris. Você foi o único que fazia-me sentir viva e alegre. A rir das torpezas da vida. A encontrar saídas no claustro da vida urbana. Você foi o único a quem desejei ter para sempre. Até vir o infinito e me deitar na linha do horizonte e ganhar o latifúndio de sete palmos de terra. Mas, nos desencontramos. Você era excessivamente possessivo. Ciumento. Enxergava traições e deslealdades em todos e em tudo. Assediava-me e retirava de mim a liberdade... Sentia-me cativa e acorrentada. E, o peso da culpa fazia-me desistir de lutar ou, até mesmo protestar. Afinal, em minha juventude havia enlaçado-me para sempre. Acreditava nos sacramentos religiosos. Tanto que certa vez, no auge da minha tristeza, percebi que sentia uma paixão virulenta e perniciosa. A me corroer a alma e, a me deixar muito sozinha. Você era único. E, a vida não passava de um instante infeliz. Aí, abri uma pequena mala, juntei apenas o necessário para alguns dias. Fechei a mala e, parti. Sem despedidas. Sem palavras. Sem bilhete ou aceno. Sem ofensas ou mágoas. Apenas com a vontade de montar naquele alazão e trilhar novamente o caminho da liberdade. Posso não ser a melhor amazona, mas tenho as rédeas firmes nas mãos. Seguirei ainda amando, em silêncio, disccretamente, mas sem mais sofrer... Colecionarei as paixões do mundo.