Retalhos de mim
Anoiteceu. Estrelas cintilam silêncios pelos campos do universo.
Um luar exibe inspirações dependuradas, para que os olhos as colham com o cesto da poesia. A vida continua tecendo seus séculos, fio a fio no tear do tempo. Canções orvalham partituras nas faces das saudades. Teu olhar e teus cabelos exibem um negrume estático no porta- retrato de minha mente. A tristeza, às vezes tem um balé clássico, de fazer plateias emudecerem.
Reviro cartas nas gavetas das minhas emoções. Eu nunca as enviei, nem tampouco as rasguei. É que ainda coleciono você, em tantos retalhos de mim. Fragmento-me em juntar-te em esperanças.
Dos poemas pincelados nas prosas, é de ti a inspiração que norteia minha escrita, quando de amor vivido!
E ainda então, de amor vivendo, mesmo que em solidão.
Brisas efêmeras carregam olores roubados dos jardins.
As ruas desertas procuram rastros sobre suas peles.
Afasto-me da janela, puxando minhas conversações pelos braços.
A casa também é vazia e me contorna, com os desenhos de teu sorriso pelos cantos.