Décimo quinto dia
"A quarentena de um poeta"
Décimo quinto dia:
Logo cedo me reconectei ao mundo e assisti o chefe do planalto, um lugar plano e alto onde há indivíduos que não querem saber do saber, próximo a uma pequena aglomeração a cumprimentar algumas pessoas e estar bem pertinho de um pai sorridente que carregava um menino no colo. Logo após, perguntado sobre o perigo ele respondeu brutalmente contrariando o eufemismo:
- Todos iremos morrer um dia.
Houve mais bônus de munições carregadas para os que disputam os jogos de guerra online. Os soldados da esquerda bombardeavam os da direita que rebatiam com fogos de artifícios a festejarem a atitude do chefe mor.
Esse pai tão amoroso me chamava atenção pela tietagem, o que me faz pensar:
"A retórica faz o homem ovacionar seu executor".
Ouvi também pessoas continuarem a desafiar os intelectos da Organização Mundial de Saúde em colocar em pausa a polêmica de que se alguns trabalhadores essenciais podem estar expostos tendo idosos na família, qual seria a diferença?
Isto me chamara atenção, pois quando um teólogo repleto de experiência, que participou de vários seminários afirma que um determinado conteúdo da bíblia é uma verdade absoluta, por que não se acreditar no positivismo de uma equipe de estudiosos internacionais da área de saúde que através do empirismo nos dá a certeza de um fato?
O homem é fácil de ser dominado, mais uma vez os líderes que gostam de serem chamados de doutores querem nos alienar, somos corpos dóceis como disse Foucault e tudo se traduz nesta canção:
https://edramos.prosaeverso.net/audio.php?cod=79355
Lobotomia
Somos loucos e cegos
em busca do prazer
Quando o id ataca o ego,
o super moraliza o ser
Somos ora gratificados
ora sob controle
Somos loucos desenfreados
ignorando nossas dores
Mas desejam nossos cérebros
para nos lobotomizar
Doutores são loucos
Querem nos alienar
Fugimos então da razão
e voltamos ao delírio
à loucura de viver
em estado de alforria
Somos donos?
Somos livres?
Somos insanos?
Somos o quê?