Tempo perdido
Todos os dias, quando acordo, lembro que não tenho mais o tempo que passou. Mas me conformo pensando que tenho muito tempo, que possuímos todo o tempo do mundo. Entretanto, o tempo perdido ainda me afeta, pois poderia o ter usado para fazer o que precisava ser feito.
Todos os dias, antes de dormir, lembro e esqueço como foi o dia. Mas acabo indo sempre em frente, pensando que não temos tempo a perder. Reflito sobre o dia a dia buscando manter o que me fortifica e me livrar do que poderia machucar.
Nosso suor é sagrado, e bem mais belo do que o sangue amargo; e tão sério e selvagem. Valorizar o meu esforço é o que tento. Sei que fico marcada, cheia de cicatrizes, mas este é o preço!
Veja o Sol dessa manhã tão cinza. A tempestade que chega é da cor de teus olhos, castanhos. Eles, concentrados no meu estilo de vida, causam-me dúvidas. E a luz que deveria iluminar o caminho perdeu seu resplendor.
Então me abraça forte, e diz mais uma vez que já estamos distantes de tudo, que temos nosso próprio tempo. Ajude-me a entender que você compreende, que superamos a turbulência de sermos desconhecidos e conquistamos a nossa sincronia.
Não tenho medo do escuro, mas, por favor, deixe as luzes acesas agora. O que foi escondido é o que se escondeu, e o que foi prometido, ninguém prometeu; e nem foi tempo perdido. Somos tão jovens! E eu tenho esperança. O receio do que não sei e não vejo me atormenta também, mas estamos amadurecendo ao nosso tempo, temos todo o tempo do mundo. Somos tão jovens! Tão jovens...