Décimo dia
" A quarenta do poeta"
Décimo dia:
Na noite anterior houve manifestos sonoros nas janelas e sacadas de vários prédios espalhados pelo Brasil. Muitos estavam perplexos com o anúncio desumano do comandante. Em alusão ao auto clássico da literatura portuguesa do grande escritor Gil Vicente, podemos dizer que haverá uma barca do inferno a partir.
O que se via nas redes sociais era uma guerra das britas, muitos a criticar o capitão e poucos a acusar o ex-comandante, que nada tem a ver com o momento atual, em vez de justificarem o erro.
Entrei na briga e pela primeira vez não publiquei somente poesia:
"Quando você diz que outros vírus mataram muita gente, não se esqueça que eles eram defensáveis ou seja: havia vacinas e outros meios para evitá-los e nós homens os desprezamos como exemplo, o próprio vírus da dengue que sabemos como nos defender e deixamos nossos quintais sujos. O coronavírus é sorrateiro, ataca covardemente através de seres inocentes que não apresentam sintomas e é por isso que todos devem ficar em casa, mas alguns heróis deverão estar na linha de vanguarda para receber no peito as pancadas e o que estiverem na retaguarda, pensem, independente de suas ideias políticas". Chegando ao final do texto eu narro no futuro a dizer nas entrelinhas que a curva ainda está somente no início, mas prefiro responder o que sempre gostaria de ouvir:
"Discordo, mas respeito"
Intratextualizando do livro "Versus da sociedade", eis uma crítica:
Ira induzida
Há dedos perdidos a teclar a ira
Induzidos pelos gestos de socos no ar
E o ser de emoções não contidas
Teima em se equivocar
Palavras frias não pensadas
Lançadas na tela de cristal
São as sementes a ser espalhadas
Nesse mundo virtual
É o mal que se empenha a te seduzir
Por via dos homens maus
Que oprimem, em resenha, os fracos
Que não têm o direito de agir
E a imagem da morte é tão vulgar!
O que se esperar então?
Haverá, em todo lugar, atiradores de precisão
Acaso o perigo se manifestar?