O amor das coisas pequenas
São tão minúsculas as coisas que me tocam
Que mesmo eu não reparo nelas
Até que subam num banco de praça,
Gritem meu nome e finjam, de laço no pescoço,
Estarem prestes a se findar.
Elas não vão pular, eu sei,
Como sei que não se findam estas vontades
De escrever cartas ridículas,
Poemas bobos como este, uma briga
Sem razão de durar mais um instante.
Quem sabe um dia todos os dias se tornem,
Ou ao menos a maior parte deles,
Tardes de quarta-feira.
Por ora, talvez eu me resigne e
Fique em companhia dos sentimentos complicados.
Serei arrebatado pelo amor das coisas pequenas,
Espero que não tarde demais,
Porém, mesmo que assim concorra,
Honrarei a memória dos dias de sua chegada
E me permitirei sentir felicidade.