Teatro do absurdo

Gildo Alves Bezerra

Outrora eu era professor

Tinha um sonho libertador.

Queria falar de paz e amor

Mas, perdi o foco

Fui pra escola de armas na mão

Só ouvia falar em mitologia

Pela televisão

Então, nem lia mais os livros

Nem de política, nem de religião!

Achei que o falso Messias seria minha salvação!!!!

Acreditava no bem comum

Preguei menos Estado!

Achei que a solução estava no Deus mercado!

Agora sem direitos políticos e sociais

Ainda não vejo que votei no representante

do satanás!

Esqueci que Deus é paz e Amor.

Os milicianos pregam a violência, o ódio, A intolerância!!!!

Quem mandou e quem matou Mariele e Anderson?

Vivo na pedagogia da exclusão.

Na escola S.A.

Mas, sou da republiqueta escravocrata.

Que já escravizou "os índios" dizendo que não tinham alma.

Esqueci de falar da diáspora africana!

Os nego o direito à história da África e a Cultura Afro-brasileira e Indígenas.

Acredito no mito da neutralidade da mídia!

Pois, esqueci de ler a " mídia: o verdadeiro partido da burguesia "!

E também "as muralhas da Linguagem ".

Não levei a fé que " é preciso se debruçar sobre o tipo de linguagem que precisamos usar para uma comunicação que comunique...".

Ando muito esquecido. Só agora estou pensado que "A pobreza, o abandono, o descaso, o desinteresse pela educação que o poder público, até hoje, dispensou aos filhos e filhas, netos e netas, bisnetos e bisnetas da senzala criaram uma enorme muralha" na comunicação.

"Ainda falta muito para acabar com a famosa divisão, ou melhor o fosso, o abismo entre a 'Casa grande e a Senzala '."

Mas, não se aflija, não se apoquente, não esquente a cabeça com meu intelectualês

de tantas citações.

Peço-lhe desculpas para citar outra vez "Comunicação dos trabalhadores e hegemonia”. A partir deste livro é que estou tentando dialogar com vocês.

Você pode até me dizer deixe de besteira menino! E isso de tanta leitura é um desatino.

Voltou a lhe pedir desculpas. Mas, preciso lhe perguntar. - já imaginou um pedreiro chegando em sua Casa para trabalhar sem as ferramentas: colher, prumo, esquadro etc.?

Por isso, de tanta citação. Nossa ferramenta é o livro, a leitura da palavra e especialmente a leitura do mundo.

Fale-se de tudo.

Menos da pauta da categoria profissional!

Escrevi isso outrora quando estava debatendo sobre as mensagens no grupo de Whatsapp- "Sintese Laranjeiras" essa ferramenta que devia ser para comunicação dos trabalhadores da educação! Qual é o foco? Qual deveria ser foco ou objetivo?