Temperos de Amor

Mãe sabe temperar. Tempera alimentos tanto quanto tempera com condimentos zelosos nosso caráter. Em seus braços o mundo perde a pressa. Porto seguro é esse Ser, onde âncoras são baixadas para permanência.

Seu negar? É permitir. Possibilidades tantas surgem de seu “não”. Se nelas errarmos, ela, possuidora de conhecimentos divinos, nos recebe como vencedores, simplesmente, pela tentativa. Se acertarmos, ela chora de alegria. É contraditória essa mulher, mas só aos nossos olhos. Seu amor é sensato, é santo, é sagrado. Os filhos são, para ela, revestidos de sacralidade. Mãe dispõe de sua vida pela do filho. Seu coração só precisa continuar batendo, se o do fruto de sua carne também estiver em forte compasso. Se no filho se instalar a doença, lutará com forças tiradas de um reservatório inacreditável; desistir, jamais.

Pedagoga, cultivadora, construtora de seres humanos, psicóloga, entre tantas outras coisas, a mãe é e sempre será um anjo de Deus enviado ao mundo e a quem chamaremos por esse nome tão pequeno e de grandiosidade tanta, que outro não lhe faria justiça. A esse anjo um pedido: Nesse pós-modernismo onde meus afetos estão diluídos, tire-me os fones dos ouvidos, faça-me parar de passar o dia no celular e no computador; por favor, mãe, devolva minha pertença para que eu não me encontre, no meio de uma multidão, completamente só.

miriangarcia
Enviado por miriangarcia em 20/03/2020
Código do texto: T6892394
Classificação de conteúdo: seguro