Marília

A excelência é o laço das mãos e os nós dos dedos que nos salvaguardam dos temporais, dos punhos dos homens e da fortuna dos deuses. A graça é teu riso a ecoar por salões vazios de silêncio. A tua doçura é o alicerce das eras, das nações, do mundo.

E te escuto no sussurrar das folhas e no bramido dos ventos; na garganta do leão e nos lamentos da sinagoga; escuto-te na flauta que encanta a serpente e no ruído do arco que dispara, minha querida.

Não há para mim razão na guerra que se faz, no bosque que vive, na boca que beija, no vento que sopra, nas portas que abrem ou no eclipse — se não me arrebata o coração com a tua lembrança.