Atamento

Está salgado o meu campo

Meus pássaros em silencioso revoo

Constrange-me o vermelho celestial

— Estranho, eis teu punhal,

Recolha-o, não há tempo!

O vestido abro, os laços solto

Nos furos da terra, feitos de tear,

Dedica-me um bilhete em suave eidética

— Estranho, não corta a corda mágica,

Qual ao meu corpo faz flutuar

Vêm a mim coloridas flores

A mais leve, com claras coroas,

Cobre-me a casa, os móveis, minha taça

— Estranho, dá à paz minha murmúria fraca,

A imagem que esboroas com teus pudores!

Parta, amigo! Esqueça-te daquilo que foi nosso

Ou irás te ter abaetado do que não queres,

Solos sobrepostos, maus perfumes, meus ossos

H Reis
Enviado por H Reis em 11/03/2020
Reeditado em 26/05/2020
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