ONDE ESTÃO MEUS BELOS DIAS?
Perfilam-se as dores na minha alma
A sobrecarga do dia a dia me assusta
A máquina cerebral começa a falhar
De um lado para outro caminho em delírio.
As flores caindo, o terreiro avermelhado,
Eram flores de jambo, beija-flores,
De galho em galho néctar disputado
Sorriso de criança, moleque levado.
Onde estão meus dias de criança,
Quando sobejava esperança e alegria
Mesmo que em meio a tantas dificuldades?
A grande cidade, terreno fértil,
Lugar cheio de almas “penadas”
Infinito deserto sem amor
Onde as alegrias misturam-se a dor
Um vai e vem sem destino, sem tino,
Humanos se esbarrando sem humanidade
Essa roda gigante de maldade
Sucumbindo os poucos corações sensíveis
E em meio a essa vil realidade
Torno-me uma peça parte de um sistema
Dessa infeliz cena de viver enclausurado
Tal qual um pássaro dentro da gaiola
Mesmo que haja muita ração e sol brilhando
Solidão é um mar aberto, abismo frio.
JOEL MARINHO