ENQUANTO ISSO...
A orquestra soava,
E à voz de Carreras,
Uma lágrima brotava
E então girava...
E sonhava...
E despertava,
E desesperava.
Readormecia...
E assim...fugia...
Enquanto isso...
A voz ressoava...
O sino repicava,
A hora girava...
Então,
Se ajoelhava...
E rezava,
E lembrava...
E agonizava!
E acatava.
Enquanto isso...
Também buscava
E afastava...
E queria,
E se partia...
E repartia...
A alegria.
Enfim...um dia
Então partia,
Dum poema
Infindável,
Irretocável...
Imutável.
Enquanto isso...
A orquestra selava.
E a poesia chorava,
Porque amordaçada,
a vida passava...
Enquanto isso.