PLENAMENTE...
Eu não tenho pudores em dar o mesmo peso
ao meu amor por você e ao destino do mundo...
Em pensar, no mesmo momento, nos seus beijos
e na transcendência das coisas.
Não tenho medo de ser intensa...
De aprender a descansar sem diluir-me no ócio.
Descanso aceitando o cansaço.
Meu maior poder é não o ter ou querer.
É me deixar levar pela fantasia
quando você, Amor, acena de longe
ou quando eu me deito sob a mangueira
vendo os ramos bailando ao vento...
Então, mínima e frágil, menina
existo sem poder algum e isso é pleno.
Estou ao sabor do que acontecer
morrer ou viver a qualquer momento
por justa decisão do acaso e do destino
que nunca me contam sobre o futuro
já que irremediável e obscuro...
Assim, meu viver consiste em beijar sua boca
olhar a mangueira centenária
bailar com ela ao vento
ressuscitar coelhos frios no ventre
ou dar-lhes alfaces...
Atuo assim nos destinos do mundo
e entendo as transcendências
de vida e de morte.
O bem tem a força de mil forças em uma só mão,
tudo é luz quando brilha em mim...
Tudo isso é amor... e vale a minha pena!