CARNAVAL
Confetes, serpentinas,
Escolas de samba,
Colombinas,
Uma bebida gelada, fantasias,
Entusiasmo, euforia,
Como se a vida,
Fosse resumida
Em miragens de quatro dias!
O que sobra quando chega
A quarta-feira,
Com as cinzas espalhadas pelo chão,
Restos de noites inteiras
De entusiasmo,
senão a efemeridade
da louca sensação?
O que resta, afinal, A quarta-feira,
Com as cinzas espalhadas pelo chão,
Restos de noites inteiras
De entusiasmo,
senão a efemeridade
da louca sensação?
Para a alma ansiosa
De quem se entrega
a este vendaval
De cores e brilho,
Cantando nas ruas o estribilho
De um samba-enredo
Tão empolgante,
Envolvente e fascinante,
De todo carnaval?
Nada importa! O folião,
Espera o ano inteiro,
Com sua ébria ilusão
De desfilar pelas ruas!
É a alma de quem se empolga,
Esperando um dia de folga
Para viver a alegria que é sua!
Na quarta feira, silêncio e nostalgia!Espera o ano inteiro,
Com sua ébria ilusão
De desfilar pelas ruas!
É a alma de quem se empolga,
Esperando um dia de folga
Para viver a alegria que é sua!
As cinzas da festa,
São, de tudo, o pouco que resta,
Para o vento levar!
Na avenida vazia,
O folião inda ouve o ritmo,
bateria e carnaval,
Da Salgueiro ou da Portela
Marcando na passarela,
O seu compasso final!
Despede-se saudoso, acenando
E, no pensamento, vai criando,
O tema-enredo do próximo carnaval!
Naget Cury, Carnaval 2015.
reeditado em Fev. 2020
FONTE: ALETRIA.