Inquietude

De muros vesti-me por tantas ausências que me fizeram companhia.

Trago noites vazias, entregues na manhã, para lavarem o rosto, de tantas tristezas sentidas. Molho os pés no rio que corre sem emoção nenhuma. O sol se espreguiça esticando raios quentes sobre os píncaros e engole orvalhos pendurados nas folhas. De tantas vezes me fiz multidão e hoje sou sombra no alpendre do meu ser solitário.

De mãos dadas com o tempo, seguem os planos e alguns despencam nas ribanceiras das ilusões. Vida é entrega e espera. Um tanto que grita; Outro tanto que silencia. As pessoas são promessas e esperanças, até que se mostrem por si mesmas, que não.

O rio segue deslizando águas. Silentes notas, sem canções definidas, tais quais os sonhos caídos à beira de mim.

Takinho
Enviado por Takinho em 19/02/2020
Reeditado em 19/02/2020
Código do texto: T6870042
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