Inquietude
De muros vesti-me por tantas ausências que me fizeram companhia.
Trago noites vazias, entregues na manhã, para lavarem o rosto, de tantas tristezas sentidas. Molho os pés no rio que corre sem emoção nenhuma. O sol se espreguiça esticando raios quentes sobre os píncaros e engole orvalhos pendurados nas folhas. De tantas vezes me fiz multidão e hoje sou sombra no alpendre do meu ser solitário.
De mãos dadas com o tempo, seguem os planos e alguns despencam nas ribanceiras das ilusões. Vida é entrega e espera. Um tanto que grita; Outro tanto que silencia. As pessoas são promessas e esperanças, até que se mostrem por si mesmas, que não.
O rio segue deslizando águas. Silentes notas, sem canções definidas, tais quais os sonhos caídos à beira de mim.