AÇOITE
Jogado em cima do colchão
de pernas doloridas da caminhada diária
com a sede e a fome apertando
as tripas
ouço a chuva de açoite
batendo na vidraça.
penso em nada.
penso no que pode ser.
penso no que já é.
nada foi como o ontem
nem será como o hoje.
amanhã o sol nascerá
e os pássaros vão nos presentear
com seus cantos.
hoje foi um dia duro
enquanto o amanhã não chegar
é isso que me resta.