Estrela de quinta
As palavras são um retrato espiritual nosso, sem que seja o reflexo perfeito, de nós mesmo. Porque nós mesmos somos, na verdade, muita coisa, mas muita coisa mesmo. Somos tão grandiosos que não poderiam nos conhecer realmente por uma foto.
Quem tenha bom senso vai sempre pensar no que dizer e no como dizer. Pois as palavras são fonte de magia. São pontes capazes de nos conduzir aos recantos mais sombrios e mais iluminados dos que caminham ao nosso lado. São fontes de magia, pois são capazes, inclusive, dentre tantas outras proezas, de transformar lugares sombrios em lugares iluminados. Dependendo da forma como as usemos.
Mas são capazes também de nos levar para lugares ainda mais desconhecidos, como nosso próprio interior. Se são um retrato de nosso interior, podem nos mostrar em que grau da evolução estamos. Ou pelo menos nós dar uma noção disso. Podem também transformar o nosso próprio ser, o mais importante dos seres para nós mesmos, sem egoísmo. Pois é o único que podemos dirigir diretamente, na batalha digna e nobre do auto aperfeiçoamento.
Eu uso a magia das palavras para ser o que quero ser, a única energia que posso me permitir ser. Uma estrela que irradia amor, uma estrela fantástica que ilumina vidas, que desperta o melhor de cada um que senta comigo, que caminha comigo, que gasta o seu tesouro mais preciso, o tempo, em minha companhia.
Eu cuido do que falo e transformo minhas palavras antigas e não tão agradáveis, a cada dia, a cada instante, sem deixar de dar atenção aos efeitos que elas causam. Sem que eu seja perfeito e sem que com isso seja hipócrita. Sou apenas um guerreiro que luta diariamente contra si mesmo.
A estrela que nos aquece, aliás, de quinta grandeza, sugere que a caminhada até a perfeição é demasiado longa. De quinta, de sexta, de décima? Não importa. O que importa é que ela nos ensina que até ela com sua grandeza e brilho fantástico, é também de uma imensa pequenez diante da imensidade do cosmo. Diante da jornada rumo ao amor.
E esse esforço em usá-las melhor, em tocar um coração com as palavras, em fazer alguém sorrir através delas, colocando em cada brincadeira, aparentemente espontânea, a minha alma, tem o efeito de me transformar também. É um circulo virtuoso, alimentado por lágrimas dos escorregões e da alegria dos resultados, que invariavelmente chegam. É apenas questão de insistir. Assim como a espontaneidade chega, como a coroação do esforço.
Quem tenha bom senso, portanto, vai sempre pensar no que dizer e no como dizer. Vai sempre aperfeiçoar sua magia colocando nela seu coração.