Cerra

Vá embora, criatura malcriada

Vá embora, tranca a porta

Cerra a maldita matraca

Corta fora a taramela

Não, não digas meu nome

Desde lá do portão

Que meu nome é tímido

E corre todo assustado e fino

Não procures meu rosto pela casa

Que este vai pelas frestas

Fugido de tudo, adentrado o que rusgo

Meu constrangimento lucífugo

Quem fiz crer em mim que ora me perdoe

Que não o posso fazer assim

Não vou mais tão longe

Sobrou nada senão meu espim

Noturnamente estou coroado em meus braços

Confundir-me-iam com o fortuito jovem

Mas isto também partiu, deixou nenhum recado

Ficando eu ao acaso do quarto, aquilo que não removem

A mancha, o rasgo, a bala de revólver

H Reis
Enviado por H Reis em 18/02/2020
Reeditado em 20/02/2020
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