Tão longe

Tão longe,

longe dos olhos a aurora

dos sonhos de outrora.

Tão perto do fim

as ilusões de um

tempo que aflora.

Tal qual o sabor

doce ácido da amora.

Sua cor violeta a escorrer

nos dentes afiados

da lâmina de faca em ponta

que corta o vento.

Vento que ressoa as lendas

que as horas fragmentam.

Um poeta recita versos

na cidade sem esquinas.

Aquela mesma que nos

viu passar distraídos,

como aquela folha que cai.

As árvores testemunham

sua própria sublimidade.

Por sob elas confabulamos planos,

de doçuras e delicadezas.

Fez sol na cidade,

os cidadãos de bem cumprem

seus compromissos apressados,

a alguns metros,

no lago,

as águas refletem

a mais pura luz amarelo alarajado.

Ao entardecer o por do sol

se veste de plenitude

E a vida se torna um solo

ameno de se viver.

OMonalisaO
Enviado por OMonalisaO em 13/02/2020
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