ESTRADA JÁ PERCORRIDA 
 
      Era apenas uma saída para a Consulta bimensal de rotina, com minha Psiquiatra, cercada de amor, com meu filha e minha filhota Enfermeira, saímos destino ao quinto andar do Centro Médico. Correu tudo bem, saí confiante, pois tinha chegado e estava saindo, sem nenhum percalço, até que... "Um elevador no meio do caminho"!
         Ao descer, como se trata de um elevador grande, ele dá uns solavancos, ao parar em cada andar. Senti a tontura chegando, fui ficando enauseada, segurando firme na barra e amparada por meus dois filhos, achei que não passaria daquele evento.
       Chegamos ao térreo, ele parou bruscamente, saí cambaleante e avisei à minha filha: "estou tonta e nauseda", o gatilho do Pânico, fora disparado! Tudo rodou, senti-me sumindo num buraco negro, desmaiei! Quando voltei a mim, ainda sem entender o ocorrido, procurava em meio a tantos rostos, debruçados sobre mim, as feições familiares de meus dois Anjos da Guarda! 
         Levantaram-me, providenciaram uma cadeira de rodas, e  começou a sessão vômito, seguido de choro, frustração, exposição... Cada um querendo ajudar, indicava: "leve-a para a Urgência!" Lugar menos indicado para quem está no meio de uma crise de Pânico, pois lá há uma triagem, contingência de casos e pouca informação sobre o quadro. As poucas vezes que recorremos a este socorro, não obtivemos os cuidados devidos, por se tratar de doenças psicossomáticas. Querem aplicar DIAZEPAN, explicarem que é uma crise nervosa e mandarem pra casa.
       A crise dura, no máximo quarenta minutos, tudo que deve ser feito, iminentemente, é liberar uma corrente de ar, para que eu possa respirar, aguardar passar a taquicardia e o enjoo estabilizar, pra voltar pra casa, onde terá uma cadeira de rodas me esperando, pois o transtorno do pânico, também afeta toda coordenação motora e fico sem equilíbrio momentaneamente.
        Resta-me, apenas, tomar meus 2 remédios da manhã e dormir! Até que chegue a noite, para tomar os outros dois e dormir de novo. Esse ciclo se repete até uns 3 dias, quando as dores, dos músculos tensionados pela crise, começam a minorar... Medo, do medo que dá, é tudo que tenho, até o próximo episódio e tudo se repetir, de novo, de novo e de novo, como uma funesta orquestra!
Nice Macedo
Enviado por Nice Macedo em 11/02/2020
Reeditado em 12/02/2020
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