Profetas e poetas
Eu nunca entendi o que o destino quis de mim.
Às vezes, me pego assim acuado junto a um beco.
Ainda que desnudo, preservo este olhar profundo.
Parece que todos me pedem para traduzir o mundo.
Ora! Nem mesmo sei se estou aqui ou daqui.
E quem dera se fosse fácil o ato de existir!
Mas não, tem esta nuance entre solidão e um coração.
Desatado, busco respirar tentado reencontrar-me.
Aqui estou sob este céu, e minha alma sobre um lar.
Tenho a mente agitada, não suporto morar numa cama.
Sinto-me atraído pelo brilho silencioso das noites.
Almas me chamam porque estrelas não são pequenas.
Vou lá fora despido das cobertas buscando descobertas.
Tudo bem que este calor até que me seja confortável.
Entretanto, viver de uma única linha é tão descartável!
É preferível girar com os astros pelo caminho leitoso.
Amo o silêncio, é onde penso.
Sei que minhas palavras caminham letas, morosas.
Que seja assim, pois dentro de mim, são majestosas!
Meus versos nascem para desatar o caminho do nada.
Quem dera se estrelas falassem; na verdade, falam.
Tinem silenciosas como a um sino que se badala.
Noites frias contentam-se com uma fogueira pequena.
Humilde, ela não busca ofuscar nenhuma das estrelas.
Não quer interromper o dialogo das almas serenas.
O que diferencia a alma de um poeta com um profeta?
Descalços, pisam em pregos e amam a seus desertos.
E se deste mundo partirem, deixarão os seus versos.
Autor: ChicosBandRabiscando
Este poema dedico a memória do grande
poeta libanês, Gibran Khalil Gibran.