Verão passado

Quando adormeço eles já me esperam;sim, são os tais fantasmas.

Formas disformes e etéreas, assim me vejo na cidade dos ossos.

Há corpos caídos, outros se arrastando, verdadeiros morto-vivos!

Como enxergar beleza senão o caos, tudo que vejo são destroços.

Vultos atacam-me, ferem-me; prefiro aqui não falar dos gruídos.

Em vão tento correr, transpiro; não adianta, sinto-me cansado!

Devo continuar, cruzar os pântanos, enfim, atingir o outro lado.

Acreditem, há tempos não tenho o sono como um bom companheiro.

Tão logo adormeço, respiro o miasma;é insuportável o mau cheiro!

Oh! Vozes tormentosas,lastimosas!Por que continuam a me acusar?

Ora ora! Por quê por quê? Que ironia vem a ser a vossa pergunta.

Sabemos muito de você,do que fizestes num certo verão passado.

Somos o teu juiz. Estes pesadelos que te afligem é nosso recado.

Autor:

ChicosBandRabiscando

ChicosBandRabiscando
Enviado por ChicosBandRabiscando em 08/02/2020
Código do texto: T6861460
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