Estar No Exato Lugar
É no centro sem centro; não ter para onde ir, não querer ir, não querer sair, somente ficar, mesmo que seja por alguns instantes, e depois ir para a vida.
Sabe o que é estar como quando alcança a estação de uma onda de rádio?
Um pouquinho para lá, volta outro pouquinho, depois, vai e volta rapidinho, e...entra na sintonia, naquela única, e fica.
Pensar se é fácil ou difícil, se existe um método preciso, um rito ajustado a seguir, é cair na de palhaço para si mesmo, que passa assistir um faz de conta de yoga, pouso forçado, pura encenação.
Mas quando dá o engate do depois do ajeitar na cadeira, do fechar as janelas da alma com maciez, manter a coluna ereta sentada na cadeira, num cantinho silencioso da casa, se deixar, como folha seca que cai da árvore, e depois de inspirar, espirar profundamente, e num certo ritmo, sair, deixar de querer, de parar ou não de pensar, de observar, de ouvir os sons, a coceira no nariz passa a não incomodar, até que parece que não se respira.
O passarinho que cantava lá fora, passa cantar dentro, o barulho do mundo torna um só. O silêncio passa ter linguagem, comunica.
O campo eletromagnético do coração liga o ser com mundos distantes, invisíveis, mas presentes.
O fenômeno acontece. O nada emerge, e junto, o sentir caloroso que traduz como essência a chama.
O abrasivo amoroso dentro, confirma o Ser funcionando na rota.
Sem mais, nem menos...na rota.
A campainha toca.
É a vida continuando.