Bem aventurado...

Dos olhos corre o rio pela face.

Em sua cabeça a coroa dos espinhos da rasteira erva faz chorar o cérebro qual dor se perde na loucura.

O amor correu com o tempo e se perdeu na morte.

E ele bebeu do próprio sangue numa taça de vinho tinto.

Em suas veias corria todo líquido rubro que tingira as mãos do assassino.

Mesmo no auge da loucura...

Lembrou se do seu Mestre Maior na cruz...

"Pai, perdoa...

Eles não sabem o que fazem"...

Seus olhos se fizeram em luz, depois cerraram para o mundo terreno.

Ali permaneceram as lágrimas do rio, arrastando a coroa dos espinhos da erva daninha, a lavar a sangrenta mão do infeliz.

Na piedade do cristão estende a mão que levanta o delinquente, que erguendo o olhar se perde entre raios vibrantes a queimarem os pecados.

"Bem aventurados os misericordiosos"...