MONOLOGO DE NEGRO ZÉ

MONOLOGO DE NEGRO ZÉ

Certo dia resolvi fazer uma visita a minha cidade local Itaporanga-PB

Peguei meu carro dirigi 380 km e parei o carro no passeio às 18 horas na contra mão de um lado o guarda querendo me multar do outro encontro o meu amigo negro ZÉ

OBS:meu sonho era ter um Passat mai o dinheiro só deu para comprar uma variant II

Ao encontrar-me com meu amigo negro ZÉ,

Que nasceu também no sitio CATOLÉ,

Quando parei do carro ele foi logo dizendo:

“Ei bichi ta pesano o quê? So promode istudou na capitá,

Num tá nem cum a gota serena

De ter mi isquecido, nós qui fumus criaças,

E quando pequeno toda a nossa infança,

Brincano de pião, pescava lá no açude,

Curria pro entre as brenhaas chei de saúde

Só pru que istudou na capitá, num fala cum a gente,

Esqueceu de mim foi? eu de tu num isquecia,

Cuma Isquecer e não lembrar de nossas estripulias?.

E nu mei de tanta loucura e fulia

Tu não sabe a ti ver quanta alegria

Pois ivez de ficar ai sartano qui nem macaco

Numei do povo pulano feito pipoca

Para lembrá nosso tempo de amigo

Venha mi dar um abraço seu bixiga taboca.

Eu você e o disgraçado do fii de Noca

Lebrano quando da vida não tiamos apego

Mexíamos cum todos nimguem tinha socego

E muitas vezes de nosso pais apanhava

De chibata feito um disgraçado dum jumento

A gente chorava só por alguns momento

O povo diziam que noi tava cum 600 milis diabos

Pro deixar todo mundo louco e brabo.

Chamava a gente de infeliz das costa ocas,

Mi lembro dus mocegos que agente pegávamos

Inda piqueno pra não cair nós cum foiça agarrava

Na traseira do caminhão de seu virgulino.

Ó Cuma era bom nosso tempo de minino

Depois nós foi virano grande e rapaz

A alegria daquele tempo não tem mais

Só ficou cá gente doce recordação

De quando nós era piqueno, criança

E na verdade si vivia a verdadeira infança.

O guarda do outro lado que é que faço?

Eu disse: seu guarda esquece

E cantarolei: “Eu daria tudo que tivesse,

Para voltar as tempos de criança,

Eu não sei prá quê a gente cresce,

Se na sai da gente essa lembrança” João Pessoa-Pb, 08/09/1990

FSFonseca
Enviado por FSFonseca em 07/02/2020
Código do texto: T6860561
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