CrônicAno

clareou, numa claridade leve e desbotada, como um tecido leve se desprendendo da pele enquanto a mostra o seio, a barriga, e a face se encontram suada.

Mas Michele tá daquele jeito, do jeito que o mundo pediu.

Se enxerga

não consigo, essae teu jeito deixa a gente cego e desajustado.

Então se ajeite homem, e tome jeito que parece criança que nunca viu mulher.

Clareou, preta brancas e morenas, tenham pena de mim. Olhar deixa o homem assim, profundo e calado feito poema

ô nega marrenta que se acha até o fim a gostosa do início. Lá sabe

la sei ?

Sei lá, ninguém sabe.

Fala merda não curió, e vai cantar no ouvido de outro, que o meu quer só sussurro

quem sabe o teu quer ouvir a surra

e la tu tem coragem,

preta me da condição que a atitude ultrapassa a miragem.

Clareou, o que era de se esperar. Segundo a previsão do tempo o mundo tombou a chorar, mas a dor já sarou, o outro já pegou. A boca já cansou de chupar dedo, quer ir pra gandaia sambar.

cê não guenta um saco de cimento. Não levanta uma parede, vai conseguir rebocar

tu sabe que faço um embolso que é uma beleza. Mas que vá, vou te chapiscar não, meu serviço é caro de mais para pobre que caga cheroso.

Mas te orienta,

desorientado e livre, feito o oriente. Meu mantra é se desorientar nesse seu corpo.

Já te disse que não consegue.

Só não consegue quem não persegue a tentativa. As vezes a bicha muda de face, mas a raça é a mesma.

Meu tinhoso abusado

Clareou, em beijos... clareou. Nos dois corpos iam confrontando diálogos ensolarados.

Conversa de derreter cer:

A vela está acesa meu pai,

a vela está acesa

e to pedinto lincensa ao machado para que faça brilhar a chama nessas tempestades

Clareou.