Espinho afiado

De bardo a parvo fui aviltado quando em balbúrdia de minhas ações não vi o reflexo exercido de meus atos.

Areia da ampulheta que conta os finais suspiros, se esvai entre meus dedos, algo que não pertence a mim, não mais, se faz doer.

Dentre as dores já concebidas, dentre os suspiros já exalados, passasse em vivas cores, em tela ilustrada os momentos de maior riqueza.

Os perfumes, sabores, sensações, ao seu lado jamais seriam esquecidas.

O vale de seus seios onde minha cabeça já se repousara, onde achegos e chamegos outrora me confortara, hoje já não mais...

Delirante estava sem o ópio que dará fim as minhas dores, dores estas que minha alma preenchesse.

Vinho dos tempos em meus lábios já estará a esperar, quando repentinamente uma flecha disparada, à refletir, não para ferir, tomou minha atenção.

A ti e somente a ti se fez reverberada exclamação que reavivaste enfim minha submissão, astro tal de ascensão. Sinto o sangue que em minhas veias corre novamente com excitação.