Ficamos na espera
Fomos deixados ao acaso, lançados à sorte, ao tempo e ao destino. Minha coroa de flores murchas pelos anos dolosos revelam meu sofrer, teu abandono. Um dia minhas infinitudes encontrarão teus limites. Quem sabe? Quem sabe minhas alegrias se encontrem com tuas dores? Quem sabe meu sofrer encontre teu acalanto? Quem sabe o que nos espera? Se alguém souber peço que não nos diga, mas que deixe à nós a dúvida. A dúvida, sim. Ela que é a maior responsável por nossas alegrias. Da dúvida vem a esperança. Da esperança o sorriso: incerteza do que há de vir. Na dúvida, permaneço em constante espera. Espera de estar em nossos braços mutuamente. Espera do tempo que passou, dos abraços não dados, dos beijos desperdiçados pelo medo, da alegria de ter tua mão na minha, teus olhos nos meus. O que o medo nos faz perder? Perdemos a paixão concreta, ficamos no olhar, no sorriso discreto, na esperança do toque. Ficamos na infelicidade de uma vida de receios. Ficamos no desejo abstrato. Na paixão imaginária.
Ficamos na espera…