Sala vazia

Sala vazia

A sala quieta, atenta,

sentindo cheiro da chuva

insistente na janela,

observa-nos fútil.

E enlaça nos braços

a cintura amada,

quando o luar espalha

cor de saudade no chão.

Passos tão ritmados

como queira a hora

do relógio do tempo,

arrancam pingos de

silêncio.

Daqueles que persistem

depois da valsa,

num roçar casual

como gostaria o momento.

E beija a boca

a solidão na noite

em que a sala vazia

anseia o que não vê.

Gauto
Enviado por Gauto em 07/11/2005
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