Sala vazia
Sala vazia
A sala quieta, atenta,
sentindo cheiro da chuva
insistente na janela,
observa-nos fútil.
E enlaça nos braços
a cintura amada,
quando o luar espalha
cor de saudade no chão.
Passos tão ritmados
como queira a hora
do relógio do tempo,
arrancam pingos de
silêncio.
Daqueles que persistem
depois da valsa,
num roçar casual
como gostaria o momento.
E beija a boca
a solidão na noite
em que a sala vazia
anseia o que não vê.