ENCARCERADO

Jugado, sentenciado e condenado

A viver pra sempre encarcerado

Pelo crime do amor;

Numa linda e verde prisão

De chão batido de terra...

Pertinho, aqui na serra

Vento suave, o dia inteirinho

Esse agora é meu destino

Bendito seja, esse meu crime de amor!

Minha cela não é concreto

O céu de estrelas, se fez meu teto

Sou livre agora, não sinto dor;

Numa linda e verde prisão

De chão batido de terra...

Pertinho, aqui na serra

Prisioneiro da natureza

Nunca vi tanta beleza

Expulso daqui, um dia foi o desamor!

As grades desta prisão, sem cercas

São as árvores, as flores e as cachoeiras

Aqui nunca vou mais sentir calor;

Numa linda e verde prisão...

De chão batido de terra

Pertinho, aqui na serra

Ocupando este mesmo cantinho

Junto a todos os passarinhos

Vou aquietar pra sempre o meu clamor!

Despertarei com o canto do sabiá

Depois do café quentinho, saindo para pescar

Esquecerei o que é rancor;

Numa linda e verde prisão

De chão batido de terra...

Pertinho, aqui na serra

Guiado por cigarras e borboletas

Quero morrer nessa cadeia sem cercas

Na prisão perpétua de amor!

SERRA GERAL
Enviado por SERRA GERAL em 27/01/2020
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