O homem pirilampo

A sua luz era a de um archote

Clareava trechos, não se mantinha

Vergões no breu, réstias pelas cavernas

A sua sombra era inconstante

Nada com que o trabalhador pudesse contar

Abrigava quando coincidia com a caminhada

O seu saber era de frases, de pensamentos

Era de lampejos, nada didático

Registros deixados em corredores por grafiteiros

O seu legado era etéreo

Contava, lia-se, mas sem o selo da veracidade

Apenas citações marcadas em lápides

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 27/01/2020
Reeditado em 27/01/2020
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