Ruas
Ruas compridas
Ruas tristes
Estreitas, alegres
As flores a balançar
Elas dançam
Janelas - postes, cães perambulam
Muros verdes, brancos
Azuis
Por muitas andei
E o coração percebeu: As tardes eram tão solitárias
Ruas a cortar ao meio o coração
Vi casas, vi fábricas, as calçadas em silêncio pleno
Portões fechados, os gatos a dormir
Vento a ventar como suspiros
Vento vagando por sobre telhas
Ruas de escolas, de edifícios, hospitais
De motéis, quartéis, de lojas
Há muitas ruas, mundo afora
Todas iguais, têm casas, postes, portões
Sonolentos gatos
Ruas de Paris, La Paz, São Francisco
Arapiraca, Praga, Dacar, Havana, Caiena
Estocolmo, Cuiabá, Cairo, Jerusalém
Por essas ruas, bem....
.... Creio eu, nunca andarei.