Bolo de baunilha

Abstrato,

Quantas vezes ganham forma,

Cor, forma e até cheiro;

O bolo de baunilha é quase um verso

Um poema de sabor e aroma,

E quem conhece a baunilha?

Virose é o heterônimo de quantos males?

Quantas dores, febres e chagas?

Quanto o etéreo é tangível?

Os mitos são criados para dar forma ao inexplicável,

Um poeta disse que a tulipa é amarga,

Teria ele experimentado a tulipa?

Precisa se fazer palpável para ser sentido?

Baunilha, viroses e tulipas montam nossa mitologia?

Quero continuar usando sinais, marcas e ícones,

Quero falar de sensações mais amargas que jiló,

Ou tulipa,

De pessoas inexpressivas como o chuchu,

Ou da paciência maior que a de Jó;

Talvez eu nunca venha a conhecer sementes,

Talvez nunca serei apresentado à baunilha,

Vou continuar dando nuances à minha imaginação

Quero a retórica coloridas com mitos,

A minha pelo menos,

Quero fomentar a imaginação,

Dar sabor a aquilo que eu venha sugerir

Não vou dar limites, que o concreto impõe

Cores, sensações e aromas continuarão a valsa

Independentemente de qualquer preconceito.

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 17/01/2020
Reeditado em 17/01/2020
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