Seria influência de Manuel Bandeira?
Comecei a ler Manuel Bandeira, sentado numa cadeira branca, no quarto andar do prédio onde moro. E mantinha os pés descansando num banco.
De repente, interrompi a leitura por causa de um pensamento-poesia, por sinal expressão que acabo de inventar.
Dizia assim:
Do mais alto do prédio, da sacada,
uma grande sacada, algo inesperado, diria. Pássaros iam e vinham fazendo-lhe companhia sem precisar subir escada.
Em seguida, logo em seguida, como num passe de mágica, surge um pequeno beija-flor, que para à minha frente, exatamente onde eu começara a ler Manuel Bandeira, livro que mal chegara às minhas mãos, emprestado por um amigo, chamado João.
Com elegância própria, única, o beija-flor canta um breve canto e vai embora.
E é o que eu também faço agora.