JOGUEMOS

 

Este teu jogo é carta marcada...

Planejas muito antes o lance,

de cada jogada...

Perdi...

Então vamos...

O palco de minha tortura,

nos espera...

Hoje sou eu,

a te despir mais uma vez...

Sem te tocar o corpo,

peça por peça...

Como no xadrez,

sem comer a Rainha...

Mas não sei se resisto,

a tantos encantos...

Sabes como ser meu algoz...

E fará hoje de mim,

teu escravo...

Desposará meu corpo...

Depois de tudo,

sem poder tocá-la...

Sentirei teu prazer,

em silêncio...

Mudo...

Até se sentires saciada...

Submisso espero...

A próxima jogada...

Corpo quente, suado...

Membros inertes, sedento...

Submeto-me calado...

Cavalga-me, cabelos ao vento

Até se sentires saciada...

Cravando suas garras em meu peito...

Gemidos, sussurros, em meus ouvidos...

Assisto, não indiferente, sinto...

Em êxtase, fito-a nos olhos...

Transbordo, cúmplice nesta cavalgada...

 

Bene

Benedito Oliveira
Enviado por Benedito Oliveira em 08/01/2020
Reeditado em 06/04/2022
Código do texto: T6836845
Classificação de conteúdo: seguro
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