Bilhete sobre a Porta

Quero ouvir pela décima segunda vez que me odeias

Sentir a mão tua reformando minha poma nua

Minhas costelas, as quero deturpadas

E renovadas em posição inumana e estrênua

Reverberar meus ais a ferro quero

Um desejo atiçado e infecionado em mim

Latejante a situação em febre, sobretudo em anfêmero,

Assim bastará esta solitude calcada a espim

E te receberei sem findarem os dias

Acolhido em teu aprazido e eleto meu repúdio

Na tua voragem antropofágica e minha acídia

Saciando tua sede em nada e aguardando meu homicídio

Convida-te a entrar a porta

Meu peito, tua adaga

H Reis
Enviado por H Reis em 06/01/2020
Reeditado em 10/01/2020
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