MENINICE:
Anjos dos pés sujos!
Feliz, o poeta que um dia disse
Que amigo se guarda no peito
No lado esquerdo, aquecido
Cercados de outros amigos
Para um dia a saudade bater,
Não tem jeito!
Aqui, para recordar de nossa meninice
Dos momentos de pureza e manias
Da arte inocente, pintada em colorido
Onde reunia-se, fácil, uma dezena de amigos
Nas ruas, a fazer brincadeiras sadias!
As imaculadas e doces crendices
De não se andar para trás
Nem apontar o dedo, às estrelas
Jamais assoviar pelas noites
Pra não acordar “o coisa ruim”
Até nisso, se podia ser feliz
À ver maldições, no olhar Lua cheia!
E tinham lá ainda, outras esquesitices
Como contar coisas bonitas, vistas no céu
Interpretar desenhos na madeira e nas nuvens
Se molhar rindo atoa, em banhos de “intrude”
Vejam só, acreditar que marimbondo,
Também fabricavam, o seu mel!
Muito pouca coisa, à nos deixar ficar tristes
...um adeus repentino de uma namorada
Por medo e respeito, atendendo a brabeza do pai
Mesmo assim às escondidas, corria-se atrás
Enamorando escondidinho,
Nas esquinas das estradas!
E o que dizer, das puras e grosseiras, invencionices
Nada elétrico, eletrônico, à bateria ou à pilha
Fazendo “à facão”, nossos próprios brinquedos
Tocados à braços, ...pés e um monte de dedos
Morro abaixo montados em nossa possante...
Carretilha!
E se me perguntarem:
E chinelos, usavam?
...respondo assim:
-Nem pregos vivos, pisados
Cravavam nossos pés!
Pois éramos nós...,
"Os Anjos dos pés sujos"