O Homem a Sua Procura
Mergulhado em rios que se ebuliam vivos,
Aflorei por cá a chaga e meu parvo intento
Disse mentirosamente a que vereda ia, procurando a sorte minha,
E agora do que padecer e onde afiar destas garras vadias
Escondo-me sob as pedras em posição mortal,
Apontando os dentes a quem der de si sinal,
Que me estou cheio nos caninos de doce peçonha e sonhos de indevido fel
E outros malditos penduricalhos de azemel que se meteram por meus caminhos
Eis meu nome na boca de quem somente amaldiçoa
Logo mais me terei com os seres que praticam praça e loa
"Serás pela ida da fome e o destino da sede", repetiam-me os prevaricadores
Também disseram algo os da volúpia e os da ira, cá e lá por onde eu me vinha
E foram golpes de faca e brunimento firme que me acompanharam
Sob a forma única de festim compulsório e hospitalidade de escárnio
Este contorno amigo e horizontal a dias de distância do que somente se poderia crer memória,
Pois que, em realidade, não me acompanham quaisquer sombras e vultos que a sejam
De vilania ilusória, quem dera?
Ou descabidamente à luz própria?
Em troca, uma promessa suspeita de que me ressarcirão em anos fartos
Por ora, vou detestando cada momento que a mim vão incumbindo a largo