E o que será do pó?

Eu tenho 71 último dia do Ano guardados,

Eu não arranco do calendário o Ano que termina;

Seria retaliação,

Não quero cobrar o que passou,

Só a poesia despreza a pontuação,

E o último dia do Ano é uma interrogação,

Temos nele a resposta de tudo o que passamos,

Só no calendário a interrogação é a resposta,

E a pergunta é:

O que virá nos dias que amanhã começam?

São tantas as nuances no calendário novo,

São tantas as promessas que se anunciam,

Vou deixar as eventuais derrotas para a folhinha;

O calendário será o tapete da faxineira relapsa,

Ali repousarão as derrotas,

Se não há como nos safarmos das perdas,

Que o último dia da folhinha...

Seja o seu cúmplice tapete

E que se desenrole um novo tapete vermelho...

O da Glória

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 31/12/2019
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