E o que será do pó?
Eu tenho 71 último dia do Ano guardados,
Eu não arranco do calendário o Ano que termina;
Seria retaliação,
Não quero cobrar o que passou,
Só a poesia despreza a pontuação,
E o último dia do Ano é uma interrogação,
Temos nele a resposta de tudo o que passamos,
Só no calendário a interrogação é a resposta,
E a pergunta é:
O que virá nos dias que amanhã começam?
São tantas as nuances no calendário novo,
São tantas as promessas que se anunciam,
Vou deixar as eventuais derrotas para a folhinha;
O calendário será o tapete da faxineira relapsa,
Ali repousarão as derrotas,
Se não há como nos safarmos das perdas,
Que o último dia da folhinha...
Seja o seu cúmplice tapete
E que se desenrole um novo tapete vermelho...
O da Glória