Até ao Fim do Mundo


Os rios correm no mesmo sentido
água mais quente à superfície
esfriando as vontades de destruir
quanto mais se afunda a verdade.

Apenas chega de jogos sujos.
a vigilância torna-se apertada
não quero mais os sorrisos de circunstância
as palavras que demonstram o oco, o vazio
os desesperos que aniquilam
nas fronteiras do desapego
serão a vida corrente
a necessidade constante
de esquecer o mal
como se fossem os novos nazis
e o holocausto nunca houvesse existido.

Não, essa vida não a queremos
e se sabemos o que andamos aqui a fazer
a vida que queremos viver
o fim do mundo é ali ao lado
e não o podemos ignorar
entediar cada segundo com futilidades
adiando a vida de quem quer morrer
sem ter que o fazer
apenas atacar com todas as forças
quem ignora o bem que é feito
a desgraça a que é sujeito.

Não há santos
e o Inferno sem chamas
oh talvez espere por mim
mas enquanto cá andar
enquanto alguma força me restar
apenas a vida de quem a valoriza
mesmo sem o saber
me importa, me estimula, me acompanha
o bater do coração, o pensamento e a razão!
Manuel Marques
Enviado por Manuel Marques em 06/10/2007
Reeditado em 09/04/2014
Código do texto: T683043
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