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Antonio de Albuquerque
Mulher na Janela
A mulher debruçada na Janela, sem alegria
mas, tinha um semblante de ternura angelical
Com o pensamento mergulhado no passado
Pela distância do silêncio perdido em pensamentos
No universo infinito do seu mundo interior
O pulsar do seu coração se transformou em solidão
O homem que passava por ela se encantou tal magia
Admirado contemplou sua bela imagem na janela
Sem ternura, tinha um olhar pregado no horizonte
Agora num doce acalanto voltado para o homem
Com os olhos nevoados de ternura e fascinação
Na janela, displicente, brincava com seus filhos
Seu distante marido, os filhos eram sua felicidade
Da janela tinha um olhar longínquo no espaço vazio
Talvez pensando nos grãos semeados no caminho
E o homem que passava, só enxergava sua formosura
Assim, ela via o tempo passar admirando a boniteza
Do bucólico coqueiral no lugar próximo ao Mar
Adormecida, a secular casa colonial onde morava
A janela era sua guia e o horizonte seu sonho
Nas serenas tardes alegres de belíssimo encanto
O Sol se despedia, anunciando a Lua e estrelas
Que no céu brilhavam com placidez e esperança
Na janela a mulher contemplava seu mundo feliz
Talvez pela lembrança do homem que prazeroso passava
Certo dia na janela a mulher intensamente feliz não sorriu
Para o homem que passava ficando ele perdido em solidão
Todo dia nasce o Sol, no homem uma renovação.