Minha Aurora
Estão declaradas a guerra e a calamidade
Levantei contra este céu de tristeza
Minha espada e a lança da blasfema felicidade
Arrasei em cerco flamejante esta citadela
Seguido da orquestra dos círculos paradisíacos
E dos ventos sibilantes da inquietude,
Vim pilhar da terra da inocuidade,
Carregado duma armada inteira, e da tua imagem
Aqui! Trovões de meu peito!
Ah, não amenizeis vossa fúria!
Dada não está a hora última!
Não me tomeis por caído afoito!
Lembrai do semblante resplandecente,
Do vigor interminável e pujante,
Do corpo em arco e protuberante,
Tudo isto já carreguei, mas que se acrescentem
Meu sangue agora de vinagre e acre,
Meus pés de barro e escarro,
Minha carcaça em porcelana leviana
E minha vontade em vanglória furiosa
Nada além de minha Aurora