Servo do Silêncio n.º2

Uma posse de cem anos revela

Descaso e uma perda constante de euforia

Tamanha a estação de desdém que neste dia faria

Um circuito completo à Roda da Vida

Culpar-se-iam, porém, os charismata e

Um dolo possível na voz do vigário

Ou ficaria clara a sovela que, de modo hereditário,

Vai afundando a pele, dando-lhe liga e formato paterno

Por fim, ferindo a orelha com um sinal eterno

Em evidência de alma torpe e conquistada,

Que agora dirá a si somente ou estará calada

Mas terá ela aquilo de seu anseio terno

O hodierno momento ainda nem pesa,

Está tudo suspenso sobre a mesa,

Negarem-se os ditos seria o mais prudente

Ou talvez—e talvez somente—, tê-los de vez aceites

Isto e mais nada, agora silêncio

H Reis
Enviado por H Reis em 21/12/2019
Reeditado em 13/04/2020
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