Clamor ao Concierge
Que vá que já não me dão ouvidos
Vim dizer a quaisquer dos esquecidos
Que, não tão raro, estou todo alto,
No mundo subido, e capciosamente alado
Desejas meu fogo, se acaso quisto,
Tão entumecido que mal retenido?
Sobe a mim então com toda a vontade,
Mas mantém o malefício e a desumanidade
Beberás, assim, comigo, todo o álcool querido
E todo o comprazimento represado,
Em uma vida inteira de modo desferido,
Aquém e a quem quiser ter do meu espírito extrusado
Sobretudo, ah, prepara teu enxurro e tua gavota,
Não são nada diurnos os meus motivos ostinatos
Quem dirá crassa minha lira caúna
Ou sincopada minha fala fortuna
A mim inda virão os enfermiços potentados,
Sob o caso único dum desígnio quebrantado
Ou serão somente vozes que em mim persistem
Ou senão atrozes fantasmas que me encistem
Serás tu, bom destino, quem em minha franzina porta bate?
Serás tu, meu arietino, ou tua condição crês que enganaste?