QUANDO O AMOR ACONTECE...
Guida Linhares
Doce sonho de qualquer idade
quando o amor acontece,
o coração vibra de felicidade.
A alma toda se aquece.
Ele se chama Mario e ela Maria.
Ele com setenta e dois anos. Ela com setenta.
Colegas do curso de atualização da Melhor Idade.
Buscam do viver a alegria.
Primeiro dia de aula. Mario sorridente se apresenta!
Logo encanta. Bem apessoado, corre atrás de um
lance.
Maria tem semblante suave em roupas extravagantes.
O sonho de Mario abrange viver um tórrido romance.
Maria sonha ser amada, ainda que por breves
instantes.
Cupido atento, tratou de despertar o tesão de Mario
de ter Maria como eterna namorada ou até ficante.
Ela bem que percebeu durante um seminário,
que ele lançava olhares e trejeitos de potencial
amante.
Sentiu-se envaidecida de estar sendo desejada.
Afinal a idade avançou tanto, que às vezes Maria,
se olhava ao espelho e pensava: ainda serei amada,
por um príncipe encantado? Até um sapo serviria!
Mario sempre a chamava para sentarem juntos.
Então quando os olhares se entrelaçavam,
as palavras disparavam em seus conjuntos
às vezes sem nexo, mas nem se importavam.
Sentiam-se dominados por um forte desejo,
de estarem livres, a sós, em qualquer canto,
trocando calorosos abraços e profundo beijo,
deixando "rolar" os toques de um amoroso acalanto.
Fim de aula. Corajosamente Mario convida
- Maria, vamos tomar um refresco, só nós dois?
Maria acena positivamente, toda convencida
e diz: - Mario aceito, mas só se for depois!
- Depois do que linda mulher? Explique-se direito!
Ela avermelha, mas fala: - a caldeira está explodindo!
Mario se ilumina. Seria o encontro dos deuses,
perfeito!
Sonhara tanto! Rápido respondeu: - Maria, vamos
indo!
Nenhum deles dirigia, foram de ônibus mesmo.
Maria morava sozinha. Mas nunca recebia visitas.
No percurso, de mãos dadas, jogaram palavras a
esmo.
E Mario alegre pensava: - Eta coração, como tu
palpitas!
Chegaram e a vizinhança ficou meio surpresa
acotovelada na janela, a ver o enlaçado casal.
Maria não percebeu ninguém. Sentia-se presa
ao fascínio do momento. Real, profundo, sensual.
Abriu a porta do apartamento. Mario entrou e sentiu-
se bem.
Ambiente limpo, perfumado com flores sentinelas,
criavam uma atmosfera aconchegante e super "zen".
Maria toda ofegante, tratou logo de fechar as janelas.
Foram para a cozinha, mas nem tomaram água.
Ali mesmo, descartaram todas as roupas,
deixando fluir o rio da cálida emoção que deságua
em corpos que se entrelaçam, em fantasias loucas.
Sentiram-se em plena efervescência dos verdes anos.
Borbulharam de amor até o romper da madrugada.
Sentiram-se livres para amar além dos desenganos
que marcaram a vida, há tempos do amor
desguarnecida.
É mesmo o doce sonho de qualquer idade!
Quando o amor enfim acontece,
o coração vibra de felicidade,
a alma toda se aquece.
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Guida Linhares
Doce sonho de qualquer idade
quando o amor acontece,
o coração vibra de felicidade.
A alma toda se aquece.
Ele se chama Mario e ela Maria.
Ele com setenta e dois anos. Ela com setenta.
Colegas do curso de atualização da Melhor Idade.
Buscam do viver a alegria.
Primeiro dia de aula. Mario sorridente se apresenta!
Logo encanta. Bem apessoado, corre atrás de um
lance.
Maria tem semblante suave em roupas extravagantes.
O sonho de Mario abrange viver um tórrido romance.
Maria sonha ser amada, ainda que por breves
instantes.
Cupido atento, tratou de despertar o tesão de Mario
de ter Maria como eterna namorada ou até ficante.
Ela bem que percebeu durante um seminário,
que ele lançava olhares e trejeitos de potencial
amante.
Sentiu-se envaidecida de estar sendo desejada.
Afinal a idade avançou tanto, que às vezes Maria,
se olhava ao espelho e pensava: ainda serei amada,
por um príncipe encantado? Até um sapo serviria!
Mario sempre a chamava para sentarem juntos.
Então quando os olhares se entrelaçavam,
as palavras disparavam em seus conjuntos
às vezes sem nexo, mas nem se importavam.
Sentiam-se dominados por um forte desejo,
de estarem livres, a sós, em qualquer canto,
trocando calorosos abraços e profundo beijo,
deixando "rolar" os toques de um amoroso acalanto.
Fim de aula. Corajosamente Mario convida
- Maria, vamos tomar um refresco, só nós dois?
Maria acena positivamente, toda convencida
e diz: - Mario aceito, mas só se for depois!
- Depois do que linda mulher? Explique-se direito!
Ela avermelha, mas fala: - a caldeira está explodindo!
Mario se ilumina. Seria o encontro dos deuses,
perfeito!
Sonhara tanto! Rápido respondeu: - Maria, vamos
indo!
Nenhum deles dirigia, foram de ônibus mesmo.
Maria morava sozinha. Mas nunca recebia visitas.
No percurso, de mãos dadas, jogaram palavras a
esmo.
E Mario alegre pensava: - Eta coração, como tu
palpitas!
Chegaram e a vizinhança ficou meio surpresa
acotovelada na janela, a ver o enlaçado casal.
Maria não percebeu ninguém. Sentia-se presa
ao fascínio do momento. Real, profundo, sensual.
Abriu a porta do apartamento. Mario entrou e sentiu-
se bem.
Ambiente limpo, perfumado com flores sentinelas,
criavam uma atmosfera aconchegante e super "zen".
Maria toda ofegante, tratou logo de fechar as janelas.
Foram para a cozinha, mas nem tomaram água.
Ali mesmo, descartaram todas as roupas,
deixando fluir o rio da cálida emoção que deságua
em corpos que se entrelaçam, em fantasias loucas.
Sentiram-se em plena efervescência dos verdes anos.
Borbulharam de amor até o romper da madrugada.
Sentiram-se livres para amar além dos desenganos
que marcaram a vida, há tempos do amor
desguarnecida.
É mesmo o doce sonho de qualquer idade!
Quando o amor enfim acontece,
o coração vibra de felicidade,
a alma toda se aquece.
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